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segunda-feira, 12 de julho de 2010

FAMILIARES CONTESTAM VERSÃO DO POLICIAL QUE MATOU JUIZ

Uma testemunha que presenciou o crime e preferiu o anonimato informou ao Jornal Tribuna da Bahia detalhes do ocorrido. Segundo ela, tudo começou quando o juiz e o policial entraram juntos numa curva, provocando a insatisfação do magistrado, que aproveitou o momento que havia um engarrafamento na pista, encostou o carro no acostamento, indo em direção ao carro do PM, com a arma em punho apontada para baixo.
Segundo a testemunha, ao perceber a aproximação da vítima, o soldado, que no momento estaria com os vidros do carro fechados, abriu a porta, disparando dois tiros em direção ao juiz. Ao ser baleada, a vítima caiu na pista, em seguida o PM arrastou o corpo para o acostamento, chamando uma equipe da Samu. Ainda segundo a testemunha, antes de morrer, o juiz ficou se debatendo no chão e suas últimas palavras foram: “Estou morrendo. Vou morrer”. No momento do último suspiro, a vítima dizia tal frase ao policial, que respondeu: “Já chamei socorro. O Samu está chegando”.
De acordo com a testemunha, durante o tempo que o PM esteve ao lado da vítima, mostrou-se preocupado com o fato. Outros policiais e familiares do juiz chegaram em seguida.
A família discorda destas afirmações e conta uma nova versão para o caso. “O PM estava fazendo algazarras no trânsito, quando Alessandro o abordou para tirar satisfações sobre as imprudências que ele estava cometendo. O PM deu voz de prisão e Carlos Alessandro disse que ele não poderia prendê-lo. O policial então falou: ‘eu não posso te prender, mas posso te matar’ e atirou contra ele”, relatou a prima, Denise Pitágoras.
As primeiras informações periciais apontam que o segundo tiro que atingiu o abdômen do juiz teria sido deflagrado com ele já caído ao chão e a pistola, que ele portava, estava travada, o que caracteriza que a vítima não tinha intenção de matar. “Pedimos que justiça seja feita neste caso”, disse um amigo da vítima.

PESSOA QUERIDA EM VALENÇA
Em agosto de 2009, o juiz Alessandro Pitágoras foi convidado pela Câmara de Vereadores de Valença, através da vereadora Maria Helena para participar de evento comemorativo referente ao aniversário do Estatuto da Criança e Adolescente.
O assassinato do juiz chocou toda a comunidade valenciana, onde Dr. Alessandro, como era conhecido residia. Amigos afirmaram que ele passava sempre na banca de revistas, localizada na Praça da Independência e gostava de escolher DVDs. “Era uma pessoa simples. Vinha sempre aqui e gostava de apreciar os DVDs. Só fiquei sabendo que ele era juiz depois de muito tempo”, afirmou Rangel, proprietária da banca.

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