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sábado, 19 de dezembro de 2009

Controle ou Censura?

A recente conferência nacional organizada em Brasília para “discutir” os meios de comunicação nada mais foi do que um pretexto para lançar uma ideia sombria, ou melhor, reeditá-la. Está posto um tal Conselho Nacional de Comunicação. Trata-se da reedição da ideia famigerada do Conselho Federal de Jornalismo, aventada logo no início do governo atual, englobando aí a falida sugestão da Ancine (agência para controlar TV e cinema, estupidamente apoiada pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil). Nenhum país sério do mundo, nenhuma democracia que queira fazer jus a este nome, possui qualquer órgão controlador, supremo, em relação aos meios de comunicação. A mídia não precisa de órgãos federais que a “organizem”, que “acompanhem” os conteúdos. Isto é falácia, coisa de quem quer, no fundo, controlar e censurar a livre expressão de opinião.
Contra o mau jornalismo, contra esta ou aquela agressão à moral (dos que a têm!) de pessoas, públicas ou não, “celebridades” ou não, existem leis ordinárias que podem ser acionadas, como têm sido, sem o intuito de fazer calar um jornal, uma TV ou uma rádio, mas proporcionando ao agredido o devido ressarcimento por danos morais e, mais do que isso, dando-lhe amplo direito de resposta.
Insinuar que é necessário um órgão oficial para exercer esse tipo de Justiça, repito, nada mais é do que tentar engabelar as mentes mais simples para fazer passar a criação de um organismo fascista com o único fito de não deixar publicar o que não é conveniente para o poder.
Aberta a concessão para a criação desse monstro autoritário, estaremos também admitindo que fiscais invadam jornais, rádios sejam fechadas, fanáticos (sic) apoiadores dos messias de plantão invadam estações de TV etc. Tudo isso já aconteceu e está acontecendo, e não muito longe: aqui mesmo, na América do Sul. Vide o ditador Hugo Chávez e o caso do El Calarín, na Argentina. Para não falar na tenebrosa ditadura cubana, onde falar o que pensa pode dar paredão de fuzilamento..

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