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sábado, 13 de março de 2010

SEM RESPOSTAS PARA A VIOLÊNCIA

O brutal assassinato do secretário de Economia Solidária do município de Camamu, Fabrício Matogrosso, chama a atenção para a banalização da violência. Sem entrar no mérito da motivação do crime, já que existe um suspeito e, segundo a Polícia está foragido, notamos uma acomodação preocupante das autoridades do primeiro escalão do governo do Estado. Fabrício tinha relacionamento estreito com o secretário de Justiça Cidadania e Direitos Humano da Bahia, Nelson Pelegrino, inclusive sendo seu cabo eleitoral no município de Camamu. Se uma pessoa diretamente ligada ao secretário de Justiça da Bahia é executada friamente e, em nenhum momento assistimos o secretário se manifestar sobre o caso de forma mais veemente, algo está errado. É certo que todos os crimes têm que ser tratados com a mesma dedicação por parte das autoridades, seja a vítima um favelado do Mangue Seco ou um político importante. Os tentáculos da violência estão chegando cada vez mais próximo de todos e o sangue continua a jorrar sem que as autoridades tomem de fato providências para frear a onda de violência que todo o país vem assistindo todos os dias e em todos os telejornais das emissoras de TV.
Em relação aos presidenciáveis, Ainda não ouvi de Dilma Rousseff, nem de José Serra, tampouco de outros petistas e não petistas envolvidos no comando do País e dos estados, hoje, alguma palavra concreta sobre a absurda violência que grassa no País, mas ninguém se manifesta, explicitamente, sobre o tema. Isso faz parecer que ninguém tem mesmo o que dizer, no poder, a respeito do fracasso das ditas políticas antiviolência, se é que elas chegaram a ser realmente implantadas. Diante disso podemos pensar que não só nossos mandatários e políticos em geral não sabem o que dizer, como, em alguns casos, gera-se uma suspeita terrível de conivência com o crime organizado, no seu mais alto escalão.
Bem, vamos, enfim, aguardar a campanha eleitoral. Alguns dirão que são heranças ainda não resolvidas, outros desfiarão números, estatísticas, pesquisas, mas jamais conseguirão convencer à mãe, ao pai, ao irmão, ao amigo, ao amante, à amante, enfim, a qualquer pessoa que tenha uma real ligação com quem foi eliminado pela brutalidade resultante de um país onde reina a impunidade.
Magno Jouber

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