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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Impunidade acintosa

O empresário Paulo Roberto de Andrade, dono da Boi Gordo, uma firma de investimento em gado que lesou mais de 30 mil pessoas em 2004, não corre mais risco de ser punido criminalmente. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a ação penal contra ele e reconheceu a prescrição do processo. A Boi Gordo quebrou, deixando uma dívida de R$ 2,5 bilhões na praça. Os processos de um dos maiores casos de corrupção deste País, o mensalão, arrastam-se na Justiça e os envolvidos continuam numa boa, sendo que o próprio Marcos Valério, acusado de ser o mentor financeiro do esquema, já voltou à ativa. José Sarney continua incólume, na presidência do Senado, depois de vergonhosas acusações de corrupção contra ele e sua família. Este é o País do ninguém viu, ninguém sabe. Chega-se ao ponto de argumentar com corrupções passadas, no Congresso, para “justificar” as atuais. A cultura do “se eles fizeram, por que eu não faria?” toma conta de todas as esferas da administração pública. Prefeitos saem, prefeitos entram e os rombos nas prefeituras são cada vez maiores, acintosos. Houve um tempo que se dizia que “ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. É de se dizer, hoje: “Ou o Brasil acaba com essa corrupção deslavada ou as insaciáveis saúvas da corrupção acabam com o Brasil.”

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