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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Interiorização da violência

Há cerca de 20 dias, 10 homens fortemente armados (inclusive com escopetas) e encapuzados chegaram à sede do Município Cairu a bordo de uma lancha, deixando os moradores de um dos redutos mais tranquilos do Estado perplexos e apavorados. Segundo informações, a quadrilha teria cortado comunicação via telefones, rendido guardas municipais e, utilizando ferramentas, inclusive maçarico, cortaram o caixa eletrônico do Banco do Brasil que fica localizado na Câmara de Vereadores, levando cerca de R$ 100 mil. A ação durou tempo suficiente para que todos assistissem, sem, contudo oferecer qualquer reação.

Para quem não acompanhou, na madrugada de segunda-feira para terça da semana passada, uma quadrilha num Uno Mille e numa Palio Strada invadiu a cidade de Brotas de Macaúbas, a 600 km de Salvador, lá pelas bandas da Chapada Diamantina.
Os 11,5 mil habitantes, que contam com apenas o Banco do Brasil, tiveram o desprazer de conhecer o que é a marginalidade que assola todo o estado da Bahia.
A quadrilha fez 26 reféns, sendo um deles, o único PM da cidade.
É isto mesmo. No governo do PT, quando tudo será diferente da “Herança Maldita” da Arena/PDS/PFL/DEM, na Bahia de Todos Nós e no Brasil, Um País de Todos, uma cidade de 11,5 mil habitantes tem apenas um PM e ele, claro, se rendeu.
Como diz o Luiz Brasileiro, no comentário sobre o post de Ricardo Líper, “não há sociedade humana”, vivemos a selva, onde grupos mais ou menos organizados atacam, humilham e submetem, temporária ou definitivamente, outros grupos. Só isso.
Pobre interior baiano, com seus núcleos policiais formados por um, dois ou três PMs e um, dois ou três policiais civis. No máximo.
Aguarde, interior baiano, seja no sul ou no norte, no leste ou no oeste, a vagabundagem vai chegar por aí. Como vocês são católicos, rezem para o Deus de vocês para que seja uma quadrilha humanitária, como esta de Brotas de Macaúbas, que só roubou o Banco do Brasil (merecido!). Em algumas cidades estão levando também o dinheirinho suado do povo...
E vamos lá, que ainda sentiremos saudades de 2009, achando que foi um ano pacífico. Como diz Marcelo Nova, "isso é só o fim, isso é só o fim".
Magno Jouber

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