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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Polícia ambiental usa força e balas de borracha contra pescadores

O senador José Agripino (RN) criticou a violência praticada pela polícia ambiental durante a apreensão, realizada nesse sábado (18), de dois barcos pesqueiros de lagosta, em Natal. Além de fazer uso da força para interceptar uma das embarcações, os fiscais deram tiros de balas de borracha em direção aos pescadores. Toda a operação foi acompanhada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que estava na cidade para participar da Operação Lagosta Legal – iniciada no dia 7 de outubro.
"Os fiscais atiraram contra os trabalhadores. Isso nós não podemos admitir. Estamos lidando com gente do bem, pessoas que estão tentando trabalhar dignamente para sustentar suas famílias", ressaltou o líder dos Democratas no Senado. Uma das principais batalhas dos pescadores é conseguir autorização para a pesca de lagostas. Desde junho do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) proibiu a utilização de redes e de compressores de ar para a pesca do crustáceo.
Os trabalhadores pedem um prazo maior para se adaptarem às novas regras, além de muitos alegarem não ter condições financeiras para comprar todo o material necessário. De acordo com as novas regras emitidas pelo Ibama, as lagostas dos tipos rosa e cabo verde só podem ser capturadas na fase adulta, ou seja, quando as caudas tiverem com, no mínimo, 11 centímetros.
"Temos que encontrar uma saída em prol dos pescadores, sem o uso da violência - que é sempre inadmissível. Vou continuar falando, defendendo e evitando todo tipo de truculência por parte do governo federal. Estamos falando de pessoas que buscam oportunidade de trabalho, querem o registro da embarcação para pescar lagosta. Só que truculência parece ser a marca desse governo", frisou Agripino.
As embarcações apreendidas foram escoltadas até a Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte, onde aguardam leilão para pagamento da multa pela prática de pesca predatória da lagosta com o uso de compressores. A Operação Lagosta Legal ocorre na Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Oito embarcações do Ibama estão no litoral do nordeste flagrando pescadores ilegais. Mais de uma tonelada de lagosta e cerca de 14 km de rede caçoeira foram apreendidos na primeira semana da operação.

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