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domingo, 30 de maio de 2010

DE CAIRU PARA A COPA DO MUNDO


Liedson vai à África do Sul, mas não representará a Seleção Brasileira e sim a de Portugal
Não é Lisboa, e sim Cairu.
Não é o Rio Tejo, é o Rio Una.
Não passamos na Europa e sim no baixo sul da Bahia. Mas e essa música portuguesa acompanhada por uma bandeira tremulando?
O jogador baiano que vai à Copa do Mundo da África do Sul, mas não é pela Seleção Brasileira. Tem mais um detalhe, na família dele ninguém torce para o Brasil.
Família uniformizada, em um time em que todos usam o mesmo número na camisa: a número nove, de Liedson.
O baiano mais português do mundo da bola é o maior artilheiro da história do Sporting, de Lisboa, em competições europeias. Um atacante de jogadas espetaculares.
Há sete anos na Europa, o jogador virou cidadão português. “Ele nunca teve oportunidade no Brasil e Portugal deu uma chance a ele. Nós estamos muito felizes!
Ele agora tem nova cidadania, sucesso e convocação para a Copa do Mundo”, comemora D. Maria do Carmo, mãe de Liedson.
Antes dos gols, muitas obrigações… O jogador sempre trabalhou, passando pelas funções de ajudante de pedreiro, pintor e empacotador de supermercado.
O futebol começou tarde, porque as responsabilidades vieram cedo demais. “Cada ano que passava, as coisas ficavam mais e mais difíceis. Aos 21, realmente minhas esperanças eram mínimas”, lembra Liedson.
Aos 22 anos veio a primeira oportunidade. Liedson virou atacante do Poções, equipe profissional do interior da Bahia. No time pequeno, futebol de gigante. Os gols e os lances bonitos chamaram atenção. Menos de dois anos depois, foi parar no Curitiba, depois virou estrela nos dois times de maior torcida do país: o Flamengo e o Corinthians.
Em 2003, Liedson mudou de continente. Na contramão de Pedro Álvares Cabral, foi explorar as terras de nossos colonizadores.
Agora sim, o Rio Tejo.
E Lisboa, a capital de Portugal.
País em que Liedson é um rei.
Jogador querido e lido, já que a história da vida dele virou sucesso de vendas. Na contracapa do livro, o resumo de uma trajetória incomum. “Quantos jogadores nasceram em famílias pobres? Muitos. Quantos foram ídolos nos dois maiores clubes brasileiros e também em um grande clube europeu? Poucos. Quantos fizeram isso em três anos e começaram a carreira aos 22? Liedson!”.
No dia 25 de junho, tem Brasil e Portugal na Copa. Alô, Dunga! Cuidado com o Liedson!

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