Salvador vive um momento único, sem paralelo nos seus 461 anos de fundada. Pelo menos não há registro. É uma cidade sitiada pela violência, que avança numa escalada que espraia o medo entre seus moradores. As quadrilhas de bandidos resolveram estabelecer, à revelia da polícia – ou na ausência dela –, toque de recolher durante a noite. Ninguém, absolutamente ninguém que frequenta a noite, os restaurantes da cidade se considera seguro, mesmo que, de carro, tenha o benefício de estacionamentos pagos.
Nos bairros populares, a guerra é aberta. As noites são marcadas não pela musicalidade, como antes, mas pela marcação seca dos tiros, que deixam um rastro de mortos nas ruas, ou nas residências da população da baixa renda. Cadáveres são abandonados em espaços de desova. Uma quadrilha tomou um bairro, expulsou os moradores e o utilizam como quartel-general o bairro da Babilônia, que ganhou notoriedade nacional.
Os assaltos se reproduzem em vertigem nos bairros nobres, menos nobres ou populares.
Toda a cidade está sitiada.
Trecho retirado do Artigo do jornalista Samuel Celestino do Jornal A Tarde de ontem.
Qualquer semelhança com o município de Valença não é simples coincidência.
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