A onda de violência que vem acontecendo em Valença ganha destaque em matéria da jornalista Cristina Pitta no Jornal A Tarde deste sábado (12).
Veja o que diz a matéria:
Cristina Santos Pita l A TARDE
FOTO: André Azevedo/Agência A TARDE Os moradores do município de Valença (a 262 km de Salvador), no baixo sul do Estado, estão assustados com as cenas de violência na cidade geradas pela briga entre quatro gangues rivais pelo controle do tráfico de drogas no município. Tiroteios têm culminado na morte de moradores. Em cinco dias, aconteceram oito homicídios: um no último domingo, quatro na terça-feira, 7, e três na noite de quarta, 8.
“Mais de um homicídio por dia. Um número alto e todos relacionados com o tráfico de drogas”, afirmou a delegada titular Sílvia Albuquerque. De janeiro até hoje, foram 32 homicídios. O tráfico de drogas em Valença se intensificou no final de 2008, quando começou a guerra entre as facções. “Existem duas facções maiores e duas que estão crescendo. A intenção dos líderes é se espalhar para outras áreas da cidade”, garantiu a delegada.
Após a onda de violência esta semana, os pais, com medo, não deixaram os filhos irem à escola. Na quinta, 10, as instituições não funcionaram, e na sexta, 11, algumas voltaram às atividades.
Na madrugada de quinta, uma operação das polícias Civil e Militar, com o apoio da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe), Cacaueira, Tático Operacional da Polícia Rodoviária e do Departamento de Polícia do Interior (Depin), foi realizada para capturar chefes do tráfico. Durante a operação, 12 pessoas foram conduzidas à delegacia, sete foram presas em flagrante com armas e drogas e cinco adolescentes, entre 13 e 17 anos, foram conduzidos e liberados.
Mais de 300 pedras de crack e 180 pacotes de maconha, várias armas e munições foram apreendidos. Segundo a coordenadora regional da Polícia Civil, Argimária Soares, os boatos espalham o pânico. A operação aconteceu nos bairros da Bolívia e do Jambeiro, que, segundo a polícia, são a base das gangues. Os dois bairros da periferia concentram um grande contingente populacional. Só no Bolívia, são 22 mil habitantes, e no Jambeiro, 14 mil.
“Eles se refugiam nos mangues e dificultam a ação da polícia pelo acesso. Quem conhece a área de mangue tem facilidade de fuga. Diferente do policial equipado”, lamentou o coronel Paulo Uzeda, comandante da 33ª Companhia Independente da Polícia Militar.
Nos bairros da Bolívia e Jambeiro, silêncio e medo. “Anteontem (quinta-feira), executaram dois irmãos adolescentes. Quinze homens invadiram a casa deles de madrugada. A família, com medo, se mudou e ninguém sabe para onde foram. A população está apavorada”, contou uma moradora do Bolívia, que pediu para não ser identificada. “Dezessete horas e todo mundo se tranca em casa. Os traficantes fazem terror e estamos desprotegidos”, desabafou uma moradora.
No bairro do Jambeiro, das três escolas, duas estão fechadas desde quarta-feira. A Escola Linaldo Ferreira Alves, na invasão Santa Luzia, onde ocorreram duas mortes, só vai reabrir na segunda-feira.
Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde deste sábado, 12.
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