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domingo, 13 de junho de 2010

Presença de jovens no tráfico aumenta 930% em três anos


Dados estatísticos da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) revelam que o envolvimento de jovens com a atividade comercial ilícita cresceu 930% nos últimos três anos. As apreensões de adolescentes passaram de 23, em 2006, para 237 em 2009. Somente nos três primeiros meses deste anos, 89 adolescentes foram apreendidos
De acordo com os dados da DAI, o número de apreensões de adolescentes usuários cresceu 661%: de 18 em 2006 para 119 em 2009. Este ano, até março, foram feitas 30 apreensões.
Embora os dados não especifiquem, por gênero, o número de adolescentes envolvidos em atividades ilícitas, a delegada Claudenice Mayo afirma que a ligação de garotas no crime está crescendo. “Não é um aumento absurdo, mas já apreendemos meninas com ligações fortíssimas com organizações criminosas. A relação, em sua maioria, é amorosa. Elas veem nisso certa proteção e também há a proteção econômica”, explica.
Para o sociólogo Ordep Serra, está havendo um progresso sem controle do narcotráfico em Salvador. “Para os jovens de áreas desassistidas e desamparadas, qualquer coisa que apareça como uma promoção em termos de poder, é atrativo”, afirma.
Promotora de Justiça da Vara da Infância e Juventude do Ministério Público, Marli Barreto afirma que existem poucas adolescentes apreendidas na Casa de Acolhimento Sócio Educativa se comparado ao número de meninos. No entanto, muitos pais aparecem na promotoria buscando auxílio para os problemas comportamentais das adolescentes, que se mostram rebeldes e passam a frequentar bocas-de-fumo. “Aí sim, percebemos que há muitas adolescentes envolvidas amorosamente com traficantes, seduzidas pela questão do poder econômico. Dessa forma, elas têm acesso aos objetos de desejo”, explica.
As consequências do envolvimento de adolescente com o tráfico de drogas também se refletem no aumento de homicídios. Conforme o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-BA), o número de jovens até 18 anos assassinados cresceu 23% entre 2008, com 130 mortes, e 2009, quando 160 foram assassinados.
Informações do A Tarde

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