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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SEGURANÇA DE QUILOMBO É TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA EM CAIRU

A comunidade quilombola de Batateira, no município de Cairu, no baixo sul da Bahia, participa, na próxima sexta-feira (8), de uma audiência pública para discutir a segurança na localidade. Os moradores vão se reunir, no Convento Santo Antônio, com representantes da Secretaria de Promoção da Igualdade Social do Estado (Sepromi) e da prefeitura local, em busca de soluções para conflitos ocorridos por causa da posse de terra.
“A atuação da Sepromi é no sentido de preservação da cultura e das tradições, pela manutenção da comunidade, a garantia dos seus direitos e, nesse caso específico, da segurança”, explica a secretária Luiza Bairros, que participará da audiência com os membros do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN).
Segundo relato de moradores, desde maio deste ano a comunidade tem sofrido constrangimentos por parte de um grupo, que agride, ameaça e tem destruído o patrimônio físico de Batateira. Na avaliação dos quilombolas, trata-se de uma ação ensejada pela disputa das terras da comunidade, conforme descrito nos boletins de ocorrência registrados no mês passado, na Delegacia de Cairu. São denúncias de agressões físicas a idosos e crianças e de destruição de quatro casas.
Os quilombolas relataram outras ofensivas ocorridas há cerca de um ano na região. Segundo contam, grupos diferenciados invadem as terras, dizendo-se proprietárias e causando transtornos à comunidade.
Um dos casos envolve a construção de cercas em áreas de manguezais, prejudicando a produção pesqueira e os recursos naturais. A intervenção foi denunciada como crime ambiental e a posição das autoridades competentes em relação ao caso é aguardada com ansiedade. Os moradores consideram os ataques arbitrários, pois habitam o território há várias gerações.
Comunidade
Localizada na Ilha de Tinharé, nas proximidades da Vila de Garapuá, Batateira, certificada como Quilombola pela Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura (MinC), é formada por 28 famílias marcadas por fortes vínculos de consanguineidade, de relações culturais e afetivas. A sobrevivência é garantida pela pesca de caranguejo, lambreta, ostra, aratu, siri e peixes com tarrafas e rede, além da caça ao guaiamum na restinga. Outras fontes de renda vêm do artesanato e da agricultura de subsistência.
Fonte: Agecom

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