Em todo o mundo, 925 milhões de pessoas vão passar este dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, sem ter o que comer. O número é equivalente às populações somadas dos Estados Unidos (300 milhões), do Brasil (190 milhões), do Japão (130 milhões), da Alemanha (82 milhões), da França (63 milhões), do Reino Unido (60 milhões), da Itália (58 milhões) e da Espanha (40 milhões).
Os dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), pela primeira vez em 15 anos, indicam uma melhora no quadro geral da fome no mundo. Em 2009, 1,023 bilhão de pessoas eram consideradas famintas, 9,6% mais do que este ano.
Uma das causas para a redução é a queda dos preços dos alimentos nos mercados internacionais e nacionais iniciada em 2008. Para o representante da FAO em Moçambique, o uruguaio Julio de Castro, há outro fator a ser considerado: a oportunidade de negócio. “O comandante de um navio carregado de grãos recebe um telefonema: 'precisamos de 50 mil toneladas no Quênia.' O barco segue para lá e preço sobe ou desce. E ligam para ele de novo: 'pagam mais no Líbano'. E o barco muda a rota. É especulação, negócio. Não é questão de concordar ou discordar. Mas isso tem uma importância na distribuição [dos alimentos]."
Para a FAO, a produção mundial de alimentos precisa aumentar 70% para alimentar a população que o mundo terá em 2050, estimada em 9 bilhões de pessoas. Os governos devem investir mais na agricultura, expandir redes de segurança e programas de assistência social, reforçar atividades que geram renda para as áreas rurais e urbanas mais pobres e criar mecanismos adequados para lidar com situações de crise e proteger as populações mais vulneráveis.
A entidade também reforçou o pedido para participação na campanha Unidos Contra a Fome, que coleta assinaturas para chamar a atenção para o problema. A meta de um milhão de adesões foi alcançada um mês e meio antes do previsto, em novembro, mas a página da campanha na internet segue aberta.(Agência Brasil).
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