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sábado, 23 de outubro de 2010

A DECADÊNCIA DA FEIRA LIVRE DE VALENÇA


O mercado de carne verde e a feira livre de Valença, ambos localizados no mesmo espaço, apresentam um estado de declínio visível a cada semana. Abandonados a própria sorte e vendo as grandes redes varejistas ocuparem seus espaços, oferecendo produtos similares, com melhores condições de pagamento e preços mais convidativos, além de qualidade e higiene, magarefes e produtores rurais vêem seus produtos sendo desvalorizados e estão em um beco sem saída. Os feirantes e, principalmente os magarefes da feira livre, comercializam seus produtos sem as mínimas condições de higiene. As ações do poder público tem se limitado a oferecer um precário galpão aos feirantes, onde os produtos são oferecidos aos clientes acondicionados em lonas e colocados no chão. Já os magarefes ficam espremidos em boxes que não oferecem condições adequadas de armazenamento para carnes; sem água para uma simples lavagem de mão, e os produtos ficam expostos, com sério risco a saúde pública. A Prefeitura diz que não pode financiar equipamentos, já que se trata de um comércio como outro qualquer.
A falência da feira livre de Valença significa a intensificação do êxodo rural. É imperativo dizer que o homem do campo está sendo obrigado a migrar para os grandes centros, haja vista que seus produtos encontram sérias dificuldades de escoamento. Ou por falta de estradas, ou pela concorrência de produtos vinda de outros centros, onde, lá, o produtor rural tem o seu pepino, quiabo, tomate, uvas, etc., valorizados; e as associações se organizaram, inclusive oferecendo produtos de qualidade para o mercado importador de outros países.
Um deputado votado em Valença questionou: “Como pode uma cidade que tem chuva em abundância, ser tão pobre”?
O romantismo da feira está acabando, as condições em que são oferecidos os produtos afugenta o comprador e isso gera pobreza em cadeia, tornando as condições do feirante (ou falta dela), distante de oferecer algo atraente aos consumidores.
Como bem diz Caetano Veloso, “a força da grana ergue e destrói coisas belas”. O progresso é inevitável e a busca pela qualidade de vida é diária. Revitalizar as feiras livres (as condições expostas acima são verificadas em toda região) significa a valorização do produtor rural e consequentimente oportunidade de geração de emprego e renda para o homem do campo.
Magno Jouber

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