Páginas

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Câmara Setorial quer reconhecer guaraná orgânico baiano no mundo

Buscar o reconhecimento do guaraná orgânico produzido no Baixo Sul baiano e transformar na cultura que traga prosperidade ao produtor. Com esse objetivo, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, reuniu-se com os integrantes da Câmara Setorial do Guaraná, nesta segunda-feira (19), no plenário da Câmara Municipal de Vereadores, no município de Taperoá. “O guaraná é nosso. O estado da Bahia é o maior produtor de guaraná no mundo e ainda não temos uma indústria de beneficiamento”, disse Eduardo Salles.
Os integrantes da Câmara Setorial do Guaraná, composta por produtores, agricultores, empresários, representantes da CEPLAC, IBGE, da Seagri/Superintendência da Agricultura Familiar, ADAB, EBDA, debateram sobre os principais entraves para o desenvolvimento da cultura do guaraná na região. Introdução de novas tecnologias, ampliação da assistência técnica e extensão rural, implantação das unidades de beneficiamento, dentre outros, foram os temas discutidos e apresentados ao secretário durante o encontro.
A cultura do Guaraná é cultivada na região da Costa do Dendê, no Baixo Sul do Estado da Bahia, com aproximadamente 6,5 mil hectares de área plantada, produção de 1,9 mil toneladas, empregando mais de 3,5 mil produtores familiares, distribuídos em mais de 2,5 pequenas propriedades rurais, com produção superior a 3 mil toneladas de grãos por ano. O município de Taperoá é o maior produtor de guaraná do mundo. “A luta do guaraná é constante para o nosso povo. O Baixo Sul possui um grande potencial agrícola e pecuário. O 1º passo já foi dado com a implantação da Câmara Setorial do Guaraná”, disse o prefeito de Taperoá, Antonio Fernando Brito.
O estado da Bahia apresenta condições privilegiadas para o cultivo do guaraná orgânico, como condições edafoclimáticas, pouco índice de ataques das pragas, domínio da técnica e maior proximidade dos centros de comercialização. Para agregar valor ao produto, a torragem é realizada em aguidá de barro, pois o guaraná seco ao sol não tem valor comercial, sendo impróprio para o consumo humano, devido à presença de aflatoxina (substâncias tóxicas).
Para o presidente do Projeto Onça, Carlos Cosme dos Santos, cooperativa que assiste a 115 jovens com cursos de capacitação na cultura do guaraná e ao mesmo tempo, apóia aos produtores da região com os equipamentos para o beneficiamento do guaraná, como secador solar, forno, debulhador e moinho. “Exportamos o guaraná em pó para Alemanha e a expectativa é melhorar o preço mínimo, pois aqui é vendido a R$ 8,92, enquanto na Amazônia chega até R$ 30 o quilo”, explica.
“A nossa fabricação não tem valorização como Guaraná da Bahia, pois boa parte do produto sai daqui através do atravessador, como guaraná produzido em outros estados da federação, tornando nossa produção irreconhecível no mercado nacional e internacional”, complementa o empresário e produtor de guaraná de Ituberá Luciano Araújo.
Além da reunião, os integrantes visitaram a Agroindústria de Guaraná da Agricultura Familiar do Baixo Sul da Bahia, construída há mais de três anos e nunca foi ativada. O secretário Eduardo Salles se comprometeu a colocar a fábrica na pauta das solicitações.
As Câmaras Setoriais
A Seagri implantou 18 câmaras setoriais, que vão abrigar 20 cadeias produtivas prioritárias da agropecuária, como Algodão, Apicultura, Cacau, Café, Cana de Açúcar e derivados, Carne (aves e suínos, bovinos e bubalinos, caprinos e ovinos), Fibras Naturais, Fruticultura (Citricultura, Fruticulturas Temperada e Tropical), Grãos, Guaraná, Hortaliças, Leite, Mandioca, Oleaginosas, Pesca e Aqüicultura, Seringueira, Silvicultura e Relações Internacionais e Comércio Exterior. As reuniões acontecem com os representantes das cadeias produtivas, pequenos, médios e grandes produtores com o objetivo de levantar os principais entraves da produção e comercialização das culturas. O objetivo é elaborar o Planejamento Estratégico da Agropecuária Baiana para os próximos 20 anos com as informações levantadas durante as reuniões. (Ascom Seagri)
Informações Blog do Valente – Cristina Pitta

Nenhum comentário:

Postar um comentário