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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Chuvas devem causar aumento de casos de leptospirose na Bahia

Segundo dados da SESAB, o município de Valença registrou em 2010, dois novos casos de pessoas que contraíram a leptospirose. Em 2009, foram registrados 08 casos, com um óbito. No mesmo período em todo o Estado, a SESAB registrou 328 casos com 29 óbitos.
Até a 23ª semana epidemiológica (12/06/2010), o estado da Bahia registrou 182 notificações de leptospirose, com 105 casos confirmados, representando um coeficiente de incidência de 0,7/100.000 hab. Foram confirmados nesse período, 12 óbitos no estado, (letalidade de 11%), representando uma redução de 9% nesse índice, quando comparado ao mesmo período de 2009.
Salvador representa, até o momento, 70% dos casos e 75% dos óbitos do estado, com incidência de 2,4/100.000 hab e letalidade de 12% . Frente a essa situação na capital, diversas ações de prevenção, controle e melhoria da assistência estão sendo desenvolvidas pala VIEP e COAPS do município de Salvador, com assessoria técnica da DIVEP. Os outros óbitos ocorreram em Lauro de Freitas (1), Feira de Santana (1), Ilhéus (1).
Segundo reportagem do Jornal A Tarde, nos seis primeiros meses de 2010 a leptospirose já matou o dobro de pessoas que em todo o ano de 2009, entre os pacientes que foram internados no Hospital Couto Maia, unidade de referência no tratamento de doenças infectocontagiosas na Bahia. A médica infectologista e diretora-geral da unidade, Ceuci Nunes, considera a casuística pequena - 12 óbitos este ano e seis em 2009 - para falar em 100% de aumento, mas ressalta o crescimento no aparecimento de pacientes que apresentam formas mais graves da doença.
A causa pode ser um tipo de bactéria mais violenta, que também já foi detectada no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Contudo, ressalta a infectologista, ainda não há comprovação e são necessários mais estudos para avaliação. Em sua forma grave, a leptospirose provoca sangramento nos pulmões, insuficiências respiratória e renal.
Em relação ao número de pacientes internados, no entanto, não há alteração significativa em relação ao ano passado. De primeiro de janeiro até segunda-feira, 5, foram 98 internações por leptospirose no Hospital Couto Maia. No mesmo período de 2009 foram 93 casos, sendo 127 ocorrências no ano todo.
Segundo a diretora-geral da unidade, historicamente o pico de atendimentos é entre maio e junho, quando há mais chuvas no Estado. Este ano, entretanto, houve incremento em abril devido a precipitações no final de março. “A leptospirose tem relação com a chuva, então esperamos aumento de casos nos próximos dias”, diz Ceuci.
Para se precaver do contágio da doença, é preciso evitar o contato com águas da chuva e de esgoto, que podem estar contaminadas com urina de rato, que transmite a bactéria leptospira. Mas quem mora em locais de risco, onde as condições sanitárias são precárias ou mesmo inexistentes e a vida digna é mera ilusão, nem sempre dá para fugir da exposição ao risco.

Concentração - Cerca de 85% dos casos de leptospirose na Bahia ocorrem em Salvador. Isso devido às condições sanitárias precárias, como ressalta a coordenadora da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Alcina Andrade. Além da capital baiana, os municípios de Itabuna e Porto Seguro têm alguns registros de leptospirose.
Segundo Helena Farias, chefe da Vigilância e Controle de Outras Zoonoses Urbanas da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, na capital, as áreas de maior contaminação são São Caetano, Valéria, Cabula/Beiru, Pau da Lima e todo o subúrbio ferroviário.

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