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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ipea analisa pobreza e miséria por regiões e estados


A realidade recente vivenciada pelo País – de crescimento econômico aliado a avanço social – vem reduzindo as taxas nacionais de pobreza absoluta e miséria. A tendência, no entanto, se apresenta de forma distinta nas diferentes regiões e unidades da federação.
Como vem ocorrendo essa evolução nos estados e regiões do Brasil nos últimos 15 anos (período da estabilidade econômica) e a projeção das taxas de pobreza absoluta e de miséria até 2016 são os principais pontos doComunicado do Ipea nº 58: Dimensão, Evolução e Projeção da Pobreza por Região e por Estado no Brasil, que traz também evolução do índice de desigualdade de renda (Gini) por unidade da federação.
Os dados primários utilizados no estudo são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE e são apresentados por região e por estados.

ESTUDO:
Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal),
permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.
No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de brasileiros a superar essa condição, o que possibilitou reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008.
No entanto, a diminuição generalizada nas taxas de pobreza absoluta e extrema entre 1995 e 2008 não ocorreu de forma uniforme entre as grandes regiões geográficas e estados do País. Ao se considerar as regiões foram obtidos os seguintes resultados:

Região Sul
Taxa de pobreza absoluta caiu 47,1%
Taxa de pobreza extrema caiu 59,6%
Região Sudeste
Taxa de pobreza absoluta caiu 34,8%
Taxa de pobreza extrema caiu 41,0%
Região Nordeste
Taxa de pobreza absoluta caiu 28,8%
Taxa de pobreza extrema caiu 40,4%
Região Centro-Oeste
Taxa de pobreza absoluta caiu 12,7%
Taxa de pobreza extrema caiu 33,7%
Região Norte
Pobreza absoluta caiu 14,9%
Pobreza extrema caiu 22,8%.
Em 2008, Alagoas foi o estado que registrou a maior taxa de pobreza absoluta (56,6%), seguido do Maranhão (55,9%) e Piauí (52,9%). Em 1995, os três estados com maior taxa de pobreza absoluta eram: Maranhão (77,8%), Piauí (75,7%) e Ceará (70,3%).
Nesta segunda década do século XXI, o Brasil poderá eliminar uma das principais chagas resultantes da condição de subdesenvolvimento. Várias décadas após as nações desenvolvidas terem superado os problemas de pobreza absoluta e extrema, a economia brasileira prepara-se para passar a viver esta nova realidade. Para isso, a combinação do crescimento econômico com avanços sociais observada no período recente precisa ser aprofundada, com o necessário aperfeiçoamento de políticas públicas de alcance nacional, sobretudo daquelas voltadas ao atendimento das regiões e estados menos desenvolvidos.
O município de Valença, com cerca de 90 mil habitantes, possui 30 mil pessoas em condições de trabalho desempregadas. A extensa zona rural, a pesca e o turismo do Morro de São Paulo são alternativas de bico para a maioria de trabalhadores que não conseguem uma ocupação com carteira assinada.

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