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terça-feira, 30 de novembro de 2010

DROGAS: TUDO NA MESMA

Faço minhas as observações altamente lúcidas do jornalista Marcelo Migliaccio, do Jornal do Brasil:
“A demanda por droga não tem nada a ver com quem o sistema escala para vendê-la. Vão tirar os pobres do negócio (é muita grana para bandido pobre administrar...) e vão colocar do outro lado do balcão um outro agente, que eu não sei quem será, mas imagino. O preço pode até subir, mas o patrão, o atacadista, continuará o mesmo. Solto, milionário e financiando campanhas políticas.
E, podem ficar certos, os blindados nunca baterão na sua luxuosa porta. É assim há séculos, e não só no Brasil. Peixe grande só vai preso se um peixe maior resolve tirá-lo da jogada.”
Prossegue Migliaccio: “O secretário de Segurança disse que o estado não sairá mais do Alemão. Ótimo, para lá os bandidos não voltam. Acho. São dois mil policiais para patrulhar aquilo tudo e faltam quase mil outras favelas, algumas tão grandes quanto, tipo Rocinha, Manguinhos, Maré e as da Baixada Fluminense.
Eis o custo do abandono de um povo sem escola, sem hospital, sem dinheiro e diante da televisão durante décadas.”
E arremata, o jornalista: “E não me venha dizer que você foi pobre e mesmo assim estudou com dificuldade para chegar à faculdade. Você é uma exceção. A regra é o que vemos em mais de mil favelas cariocas.”

Um comentário:

  1. É sempre um prazer ler algo inteligente e coerente... Os traficantes são a bola da fez... Pois agora a máfia carioca vai lucrar com as obras da Copa e das olimpíadas. Será um rio de dinheiro muito maior do que o tráfico de drogas. São verbas bilionárias, obras faraônicas. Sem falar nos lucros eleitorais, com a farsa da destruição do tráfico... As reeleições estão garantidas!

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