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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

AEROPORTO DE VALENÇA FICA FORA DE NOVOS PROJETOS DO GOVERNO

O aeroporto de Valença, que possui a terceira maior pista para pousos e decolagens no estado da Bahia está fora do novo projeto de melhorias de aeroportos do Estado que será realizado pelo Departamento Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), isto porque, o Aeroporto não é administrado pelo Órgão, e sim pela Concessionária Montagem e Projetos Especiais S/A (MPE). Em 2007, o sistema aeroportuário da Bahia já cobrava da MPE a realização de obras no aeroporto de Valença, mas nenhuma reforma foi feita.
Dos 78 aeroportos administrados pelo (Derba), pelo menos 32 vão receber algum tipo de melhoria. Só neste ano, o Órgão já iniciou obras em 20 terminais aeroportuários, e os 12 restantes já têm projetos elaborados. Todos passarão por restauração total do terminal de passageiros e da pista de pouso e decolagem, além do fechamento da área patrimonial, ou seja, construção de muros ou cercas, impedindo, assim, o acesso de pedestres e animais na área restrita.
Com as intervenções, muitos aeródromos que estavam interditados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por falta de segurança, voltarão a operar voos normalmente, como é o caso de Abaré, Prado, Itaberaba, Valente e Souto Soares, cujas obras já estão em fase de conclusão e devem ser entregues até o final deste ano.
A iniciativa não só restabelece a operacionalidade dos instrumentos, como pode ser o pontapé inicial para atrair novos investimentos para a Bahia. Desde que iniciou o projeto de restauração, em janeiro, o Derba concluiu obras em sete aeroportos estaduais: Irecê, Xique-Xique, Santa Maria da Vitória, Correntina, Ibotirama, Mucugê e Barra. Os municípios de Feira de Santana, Paramirim, Ituberá, Santa Rita de Cássia, Formosa do Rio Preto, Campo Alegre de Lourdes e Cipó também estão sendo contemplados com os mesmos serviços e, em muitos, as intervenções estão em ritmos acelerados, faltando pequenos detalhes, como pintura e sinalização, para serem reinaugurados.
No cronograma de obras do Departamento para 2011 consta a recuperação de outros importantes aeródromos, a exemplo de Porto Seguro, Barreiras, Belmonte, Jequié, Bom Jesus da Lapa, Canavieiras e Palmeiras. As obras contam com recursos próprios e do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (PROFAA). Também para o próximo exercício, está prevista a implantação da brigada de incêndio do Aeroporto 9 de Maio, em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia. Além disso, pista de pouso e decolagem será reformada e ampliada. A estimativa é que sejam gastos aproximadamente R$ 850 mil com a execução dos serviços.
Já as cidades de Vitória da Conquista e Ilhéus ganharão um novo aeroporto, cada. Ambos, mais afastado do centro urbano. Só a primeira, receberá um investimento da ordem de R$ 80 milhões para construção de um sítio aeroportuário com pista de 2.300 metros de extensão, o que viabilizará o pouso e decolagem de aviões de grande porte, resultando no desenvolvimento de toda a região Sudoeste.
Mesmo com o projeto bem adiantado, o Derba não deixou de destinar atenção ao atual aeroporto de Conquista. Para oferecer mais conforto e segurança aos usuários, o Departamento já está executando a ampliação e pintura do terminal de passageiros, do saguão, sanitários e implantação de salas de embarque e desembarque climatizadas.
Já Ilhéus, um dos destinos turísticos mais procurados da Bahia, vai ganhar um novo aeroporto – maior e mais moderno que o atual – para atender a crescente demanda, que anualmente desembarca naquela cidade. Um terreno de mais de 7,5 mil m², ou seja, com extensão superior a 756 hectares, localizado nas proximidades da BA 001, numa região conhecida como Ponta da Tulha, foi a área definida para construção do novo empreendimento, já que o atual encontra-se dentro do centro urbano e opera com restrições, devido ao desenvolvimento do município.
Para execução do projeto, o governo do Estado, através Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e do Derba, já garantiu um aporte financeiro no valor de R$ 155 milhões, sedo que 90% da verba será destinada pela Infraero e os 10% restante oriundos dos cofres públicos.

REATIVAÇÃO ENCONTRA GARGALOS
Com uma pista de 1.800 metros, incluindo balizamento noturno, pista de táxi e pátio, o aeroporto atende a demanda turística de Morro de São Paulo, Valença e região, mas não possui tráfego de vôos regulares. A maior demanda do aeroporto ocorre na alta estação (dezembro, janeiro, fevereiro e julho).
Construído em 1997, através de um convênio entre o Ministério da Aeronáutica, governo do Estado e a Concessionária MPE (Montagem e Projetos Especiais S/A), o terminal nunca passou por intervenção, seja de ampliação ou conservação. A concessionária ainda não implantou o NDB (Non Directional Beacon), equipamento conhecido como rádio farol não direcional. A ausência do aparelho gera problemas na operação de aeronaves de grande porte.
empresários e políticos estão lutando para a reativação do aeroporto, que não consegue atrair voos regulares. Entre as dificuldades, são apontadas: a falta de uma brigada de incêndio e a falta interesse de companhias aéreas em investir em novas linhas.
Em 2007, o então diretor da Agerba, Antonio Lomanto Netto, cobrou da MPE as reformas, e ameaçou cassar a concessão caso a Empresa não tomasse as devidas providências. “A Agerba já enviou dois ofícios comunicando a empresa responsável. O último enviado foi na última sexta-feira, dando o último prazo de 30 dias para que a concessionária adote o procedimento exigido, sob pena da suspensão do contrato”, exigiu na época o ex-diretor. Até hoje, a situação continua a mesma.
Magno Jouber


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