Além, obviamente, dos criminosos (o tráfico, que provoca tremenda insegurança também no México, por exemplo, segundo estimativas de especialistas americanos gera ganhos ao crime organizado tão rentáveis quanto os da indústria petrolífera mexicana), um setor legal vem alcançando lucros cada vez maiores com a crônica insegurança pública no Brasil: as empresas que oferecem, claro, segurança. Aí englobamos a segurança feita por agentes de empresas privadas do setor e a proporcionada (sic) por equipamentos de vigilância e de blindagem.
Com relação à blindagem, aliás, acaba de surgir uma novidade incrível, por enquanto restrita ao chamado eixo Rio-São Paulo. Trata-se da blindagem de residências, que em muitos casos já vêm na planta, oferecida pela própria construtora. Vidros à prova de bala, muros de concreto reforçado e guaritas fazem parte da parafernália para garantir que os que podem pagar por isso se sintam mais seguros, encarcerados em suas residências.
De um modo geral, como dizia, a impunidade e o descaso em relação à melhoria efetiva do equipamento público repressor de crimes e, mais do que isso, um deboche com a prevenção, têm gerado fantásticos negócios. Que o digam as empresas de segurança privada e os fabricantes de equipamentos como câmeras e alarmes.
Então, como se vê, há um forte grupo, com fortíssimo lobby nas esferas oficiais e parlamentares, que torce, secretamente, para que a situação da insegurança pública no País vá de mal a pior, como tem ocorrido.
Para não falar em “empresas” menores que cobram pequenas taxas, em bairros de classe média e média baixa de Salvador, por exemplo, para colar um selo na fachada da residência atestando que aquele, sim, é um lugar seguro.
Mas isso não é suRpresa. Nas guerras, há sempre aqueles que faturam fortunas com a desgraça alheia. E como estamos em guerra civil, nada de novo, portanto.
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